O estranho jogo das excelências
José Cruz
O adiamento da votação da Lei Geral da Copa, para 2012, pela Câmara dos Deputados, pode até parecer provocação à Fifa.
Apesar dos pontos polêmicos da referida lei, a retranca parlamentar transmite ao torcedor-eleitor a sensação de soberania do Legislativo, que não vota sob pressão.
Não é pressão. Por mais agressivas que sejam as exigências para a Copa 2014, o governo concordou acatá-las, desde 2007. Mas, agora, extrapola os prazos combinados e compromete o acordo a internacional.
O Congresso Nacional não jogou assim – e deveria – quando aprovou o Ato Olímpico para os Jogos Rio 2016, que corresponde à Lei Geral da Copa para o Mundial de 2014.
E muitos dos parlamentares que hoje se opõem à lei da Fifa, em 2009 aprovaram o Ato Olímpico, com exigências tão graves e agressivas quanto à Lei Geral da Copa.
Por exemplo, o Ato Olímpico transfere ao governo federal a responsabilidade de cobrir os déficits operacionais do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, sem fixar limites. Isso mesmo. Gasta-se, extrapola-se o orçamento e a conta vai para o Palácio do Planalto. Como nos Jogos Pan-Americanos de 2007.
E qual foi o deputado ou senador que bradou contra esta barbaridade? Muito estranho o jogo das excelências
Leia o texto completo do Ato Olímpico