Não havia espaço para zebra
José Cruz
Por Geraldo Hasse
Si, como no, 4 a 0 foi pouco. Neymar amarelou, Ganso entrou na roda, Edu Dracena estava tresnoitado e por aí se foi esse tosco Santos do Muricy, que nunca pareceu tão parvo.
Fuso horário? Frio? Grama sintética? Noites maldormidas em colchões orientais? Saudade da família? Pressão das ''moscas torcedoras''? Assédio da marquetagem?
Há mil desculpas para a derrota, mas todas as adversidades eram previsíveis, a começar pela excelência do Barcelona,
que faz todo mundo de joão-bobo, mas em movimento rumo ao gol.
É inacreditável que uma equipe técnica milionária não tenha o antídoto para uma estratégia tão rasteira. Parecia que o Santos tinha sido
contratado como sparring.
A cada patacoada brasileira no exterior fica claro que o futebol canarinho abisonhou-se na dança dos milhões. As estrelas não correm atrás do prejuízo porque, para elas, não faz diferença perder ou ganhar. Seus salários são sagrados e, em último caso, taí a Justiça do Trabalho para lhes dar ganho de causa, justamente a eles que se tornaram parceiros-cúmplices das manifestações mais extremadas do Capital, como a
Lavagem de Dinheiro e outras jogadas.
O Brasil estás prestes a adaptar leis para agradar a Fifa, promotora da Copa do Mundo 2014, e não há quem ouse colocar o guizo no rabo do gatão.
Agora, voltar do Japão com quatro nas costas é como passar a noite num baile e não pegar ninguém. O time do Barcelona deu uma aula de futebol, disse Neymar logo após o jogo, com a tranquilidade de quem se adaptou perfeitamente ao chip de bom menino que passou
a usar nos últimos meses.
''Que a derrota sirva como lição'', disse ainda o novo prodígio da propaganda brasileira, mas quem acredita que as estrelas da Vila tenham tempo para calçar as chuteiras da humildade?
* P or uma TV a cabo vimos no final da tarde de sábado o GP Carlos Pellegrini, no hipódromo de San Izidro em Bs Aires. Vinte e três cavalos em 2.400 m. Na reta final, faltou meia cabeça para o brasileiro Veraneio alcançar o argentino Expressive Halo. Já sabíamos que não havia espaço para zebra.
Geraldo Hasse é jornalista gaúcho e colaborador deste blog