Cala a boca, Edson
José Cruz
Excelente artigo na revista ESPN, deste mês
Por Caio Maia
Coloquemos a culpa no Edson, esta figura que habita o corpo que um dia foi de Pelé. Edson, agora, é “embaixador” da Copa do Mundo no Brasil, aquela que aconteceria sem dinheiro público. E que acontecerá quase que só com ele, uma boa parte indo parar nos bolsos errados.
É natural, porém, que Edson se empolgue com a possibilidade e ver no Brasil a competição que Pelé venceu três vezes, e cujo significado e simbolismo conhece tão bem. Se empolgar com a Copa, entretanto, é uma coisa, servir de escudo para Ricardo Teixeira, outra totalmente diversa. Até porque, Edson foi colocado neste papel justamente para que Teixeira parasse de bancar o imperador. Ninguém pediu a ele
que defendesse o cartola, nem isso faz qualquer bem à Copa 2014.
Quando diz que “nada foi provado contra Ricardo Teixeira”, Edson demonstra, além de subserviência, desconhecimento. Não conhece, pelo jeito, o Código Civil, que define como prova: I – Confissão; II – documentos; III – testemunha; IV presunção; V – perícia. Ou seja, há numerosas e abundantes provas contra Ricardo Teixeira, ainda que ele não tenha sido condenado por causa delas.
Pelo menos, Edson não foi ao extremo de, como Ronaldo, dizer que não se faz Copa com hospital. O que, diga-se, é a mais pura verdade. Nem se faz hospital com Copa, apesar do que se quer fazer crer. Não se faz nada, aliás, com Copa, a não ser dinheiro para a meia dúzia de sempre. Mas teremos Copa, e continuaremos sem hospitais.
Pelé e Ronaldo, porém, ao parecem preocupados com isso. Fariam bem em pelo menos ficar quietos.
Caio Maia é diretor de Redação da ESPN Revista