Blog do José Cruz

Setores do legado da Copa são os mais atingidos por cortes no Orçamento do DF

José Cruz

 

Com perdas de R$ 73,5 milhões, os setores de transportes, revitalização de áreas públicas e urbanização da Capital da República foram os mais atingidos pelo recente corte de R$ 100 milhões no Orçamento do Distrito Federal, necessário para ajudar a pagar as obras do novo estádio Mané Garrincha, de 70 mil lugares.

Só a implantação do Veículo Leve sobre Pneu, sistema que  facilitaria o trajeto entre o Aeroporto e o Setor Hoteleiro, ficou sem R$ 11 milhões. Por decisão judicial, essa obra está parada há cinco anos, com indícios de superfaturamento.

A expansão de linhas do Metrô perdeu R$ 12 milhões do orçamento 2013, e o programa do governador Agnelo Queiroz para “Recuperação de Rodovias” foi reduzido em R$ 3,4 milhões.

De conta em conta, 49 ações de governo para 2013 foram atingidos com corte orçamentário, nas seguintes secretarias:

ORGÃO/AÇÃO

VALOR  R$

Casa Civil (8 ações atingidas)

20.020.725,00

Secretaria de Educação (uma ação)

8.608,00

Secretaria de Limpeza Urbana (3   ações)

2.683.528,00

Secretaria de Obras (9 ações)

9.903.750,00

Secretaria de Segurança Pública (2   ações)

5.091.486,00

Secretaria de Transportes (sete   ações)

13.435.824,00

DER – consrução/recuperação rodovias

4.188.642,00

Metrô (sete ações)

12.852.455,00

Secretaria de Planejamento (2 ações)

6.554.218,00

Secretaria de Esporte (3 ações)

1.088.951,00

Secretaria da Criança (uma ação)

1.836.560,00

Fundo de Saúde  (Implantação de UPAs)

258.241,00

Novacap (recuperação de vias)

22.077.012,00

     T O T A L

100.000.000,00

 Fonte: Diário Oficial do DF/Gab. dep. Eliana Pedrosa

Legados

Ironicamente, os programas que perderam recursos do orçamento são os de maior apelo do governo, na propaganda do  “legado da Copa” para a população.

Esses cortes orçamentários não significam que ações serão suspensas. Mas deverão sofrer atrasos, demora nos cronogramas ou perda na qualidade do material utilizado nas obras, pois a redução de recursos é significativa.

Até programas infantis entraram na degola do governador: R$ 1,8 milhão da Secretaria da Criança.

A medida extrema, que está no Decreto n° 34.132/2013, foi tomada para que não faltassem recursos às obras do estádio. Inicialmente, o governo esperava contar  apenas com recursos da venda de terrenos públicos em Brasília. Porém, essa fonte não está sendo suficiente, obrigando o governador Agnelo Queiroz  contrariar seu discurso de posse, quando garantiu que não usaria recursos orçamentários para construir o novo Mané Garrincha.