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Rio 2016: reforma da pista do Engenhão prejudica mais de 100 atletas
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José Cruz

Depois de transformarem o estádio Célio de Barros em estacionamento de luxo para a Copa do Mundo, outra área nobre do atletismo do Rio de Janeiro entra em reforma, e desaloja, sem aviso prévio, competidores da nova geração

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Na foto acima, da pista auxiliar, obtida no Facebook, está a imagem de tristeza da técnica e dos atletas, ao se depararem com a invasão de tratores, interrompendo valioso ciclo de treinamento.

O desmanche, iniciado em junho, faz parte da reforma das pistas para as provas dos Jogos Rio 2016. A imprevidência da prefeitura carioca deixou mais de uma centena de atletas sem local para treinar. Repete-se o que aconteceu em 2014, quando fecharam o Célio de Barros (acima).

Estou muito chateada. Dei um treino no início da manhã nessa mesma pista a estava tudo normal. À tarde, quando voltei para treinar com outra equipe, a pista estava bastante destruída, com máquinas trabalhando. Já sabíamos que o local entraria em obras, mas a prefeitura ficou de nos avisar sobre o início da reforma. Fomos pegos de surpresa, sem tempo de procurar outro local” – desabafo da coordenadora técnica de atletismo do Vasco, Solange Chagas do Valle. O depoimento completo está aqui.

A reforma das pistas (auxiliar e principal) do estádio Nilton Santos está orçada em R$ 52 milhões.


Em plena Copa, Rio 2016 coloca as barbas de molho
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José Cruz

Em pleno Mundial de Futebol e dúvidas sobre o futuro dos estádios “elefantas brancos”, o movimento olímpico brasileiro se antecipa a um debate que está sempre na ordem do dia: legado. Há poucos dias, o Globo publicou mensagem, tipo comercial, com foco no “legado das Olimpíadas de Londres 2012”.

Em meia página, a matéria abordou sobre um seminário, com a participação de especialistas ingleses que trabalharam nos Jogos de Londres. Um título chamou atenção:

“No Rio de Janeiro, tudo vai dar certo”.

Em seguida, outro alerta:

“Sucesso depende de uma abordagem integrada” – entre governo federal e a prefeitura carioca.

Fantasma

O Brasil optou por receber grandes eventos esportivos e, em seguida, apareceu o fantasma: “e depois?” A indagação faz sentido. Afinal, o desastroso exemplo do Pan- 2007 ainda é recente.

O principal estádio daquele evento, o Engenhão, está fechado para reforma, porque a cobertura estava desabando;

O Velódromo de R$ 16 milhões foi destruído e vão erguer outro, de R$ 150 milhões. Lá, a cobertura também ameaçou ruir, segundo relatório do Ministério do Esporte;

O Brasil está sem laboratório credenciado para exame antidoping. Os exames são realizados no exterior;

E já se sabe que a Baía de Guanabara não será mesmo despoluída, segundo o prefeito do Rio. Os velejadores terão que desviar de boias e do lixo na área de competição.

baia

Dúvidas

Para não ficar no esquecimento, aqui vai a “memória” de sempre:

Qual o aproveitamento que prefeitura e governo do Rio de Janeiro deram às instalações do Pan? Houve um programa para usar os espaços pela comunidade, por atletas e clubes formadores? Qual a ação efetiva do Ministério do Esporte nessa questão, pois foi o governo federal o principal financiador das despesas do Pan?

A reportagem em O Globo é uma espécie de “alerta” do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. Algo como que chamando os governos federal, estadual e municipal a também se preocuparem com o pós-evento, a fim de que o Comitê Olímpico e o Comitê Organizador dos Jogos não sejam responsabilizados pelo desperdício de espaços, como já ocorreu com Pan 2007.

O pior é que, a oitocentos e poucos dias da Olimpíada no Rio de Janeiro, não temos nem uma discussão sobre esses assuntos. Nada! Até porque, encerrados os Jogos, os políticos e cartolas serão outros. E os que vierem que respondam sobre os desperdícios públicos de sempre.


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