Blog do José Cruz

Arquivo : pistas de atletismo

Governo financia 48 pista de atletismo. E daí?
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José Cruz

Notícia boa

O Ministério do Esporte está investindo R$ 887 milhões na construção/recuperação de 48 pistas, no programa Rede Nacional de Treinamento de Atletismo. Com as contrapartidas, os investimentos chegarão a R$ 932 milhões.  A pista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, abaixo, que integra o programa, já foi inaugurada.PistaAtletismoRN

Notícia ruim

A responsabilidade de manutenção das pistas é das universidades, prefeituras e governos dos estados. Atualmente, dezenas de universidades estão fechadas. Faltam verbas até para a limpeza das salas de aula.

O recente  corte de R$ 70 bilhões no orçamento da União repercutiu na “Pátria Educadora”. O Ministério da Educação perdeu 9,3 bilhões. Sobrará dinheiro para a manutenção de pistas? O próprio Ministério do Esporte terá que ajustar seu orçamento, pois perdeu R$ 900 milhões. Construir é política do governo em todos os tempos. Há décadas! O problema é a conservação dos espaços.

Repasses

Os repasses do Ministério do Esporte para a Rede de Treinamento de Atletismo tem o seguinte perfil, segundo o próprio órgão de governo:

           DESTINAÇÕES           R$
Centros de Iniciação – PAC 2     608.300.000
Universidades     171.474.162
Prefeituras       63.513.904
Governos Estaduais       39.458.750
Instalações Multidisciplinares         4.525.940
T O T A L       887.272.756

Dúvidas

Qual o programa foi desenvolvido na pista de atletismo do Estádio Nilton Santos, o Engenhão do Pan 2007?

As pistas da Rede nacional têm técnicos para todas as provas do atletismo?

Porque o governo, preocupado com a Rede de Atletismo, permitiu transformar a pista do Estádio Célio de Barros, no Rio, em estacionamento com arquibancada?

Qual foi a ação do Ministério do Esporte para evitar essa estupidez e agressão aos três mil frequentadores semanais daquele espaço?

Leia amanhã: o fechamento de pistas.


Jogos Olímpicos e a “Pátria Educadora”
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José Cruz

O Ministério do Esporte investe R$ 70 milhões na construção de 15 pistas de atletismo, Brasil afora. Material de primeira qualidade. Construir é próprio do político e íntimo do gestor público. É uma das formas de relação com as empreiteiras, financiadoras de campanhas políticas.  Pista de Atletismo

Mas…

Temos professores capacitados ou técnicos para atender à clientela que vai chegar a essas pistas? As faculdades de Educação Física estão formando esses profissionais?

Em segundo lugar: quem se responsabilizará pela manutenção dessas áreas? A própria universidade? As prefeituras? Os governos estaduais? O Ministério do Esporte não será, já avisou. Fez a sua parte, “construir”.

Ilusão

Essa previsão de abandono pode ser projetada a partir de um importante programa educacional, o FIES – Fundo de Investimento Estudantil. Hoje, o ministro da Educação avisou: “acabou o dinheiro” e não haverá novos contratos. E estamos na “ Pátria Educadora”…

Ora, se isso ocorre com o que há de mais expressivo na construção de uma nação – o ensino – o que dizer dos rumos do esporte pós-Jogos 2016? Principalmente num setor em que não se tem projeto de longo prazo, prioridades, planejamento? Podermos até ter resultado significativo nos Jogos Olímpicos, mas é fruto de trabalho emergencial. E depois? O Pan 2007 é exemplo. Abandono de espaços e até transformação da pista Célio de Barros em estacionamento de luxo para a Fifa… Sem falar na demolição do Velódromo…  na suspeita terceirização do Estádio de Remo da Lagoa…

Atraso

Assim como na gestão do PCdoB, na atual, do PRB, o Ministério é um espetacular cabide de empregos. Parentes, amigos e fieis seguidores da Igreja Universal têm prioridade para os melhores cargos gratificados, em detrimento de técnicos e planejadores do esporte.

Estamos tão atrasados no terceiromundismo do esporte, que nem um Congresso Científico Pré-Olímpico conseguimos dar conta. A Universidade Federal do Estado de São Paulo, por seu departamento de Biologia, assumiu o compromisso de realizar esse tradicional evento, que reúne quatro mil cientistas do esporte do mundo todo. Mas, até agora, não consegue nem formar uma comissão organizadora.

Pior! A reitora da Unifesp, Soraya Smaili, não se manifesta sobre o tema. Por que? Porque não tem dinheiro. Está na dependência do Ministério do Esporte.

 Angústia

Sem exageros, há uma “angústia” na comunidade científica internacional, revelou um professor da Alemanha. Os pesquisadores já deveriam ter sido avisados sobre datas, inscrições de trabalhos, temas selecionados etc, para encaminharem suas pesquisas e batalhar por passagens, hospedagens etc. Mas, até agora, ninguém sabe absolutamente nada! Não há absolutamente uma só informação sobre esse evento que tradicionalmente precede os Jogos Olímpicos.

Em fevereiro já havia alertado sobre esse descaso, esse abandono da Unifesp e do governo federal, por extensão.

Enquanto isso…

…  fora da competição, nossa imagem esportiva queima lá fora, principalmente na área científica internacional.


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