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Furos e fraudes no Bolsa Atleta
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José Cruz

“Considerando apenas o valor de Bolsa nacional (R$ 925), somente no ano passado o governo federal pagou irregularmente R$ 3,096 milhões a atletas das modalidades beisebol (masculino) e softbol (feminino)”

O repórter Demétrio Rana, da revista IstoÉ 2016, escreveu este mês sobre “A farra do Bolsa Atleta”. isto e  É mais um documento que revela furos e fraudes para ganhar dinheiro fácil do Ministério do Esporte, que não sabe para quem está destinando dinheiro porque não tem fiscalização.

Fiscalização terceirizada

“Cabe à população e à imprensa checar a lista de contemplados da bolsa e denunciar irregularidades”, disse Ricardo Leyser, secretário de Alto Rendimento do governo federal, ao ser questionado por Demétrio.

Dez anos depois de ter sido criada para contemplar atletas sem patrocínio, a Bolsa Atleta se tornou fonte de enriquecimento de muitos, como já constatou o Tribunal de Contas da União (TCU) em auditoria, há dois anos, quando revelou a demora entre o pedido da concessão do benefício e a liberação da primeira parcela. Em 2009, foram 417 dias de espera…

Já divulguei que bolsistas suspensos por doping receberam Bolsa. Eventos de “fundo de quintal” tiveram a chancela de “internacionais” para aumentar o valor da bolsa para contemplados de fachada. E isso ocorre com a omissão do Conselho Nacional do Esporte, que tem a obrigação de fiscalizar as ações do Ministério.

Orçamento e TCU

Para atender os 6.667 contemplados com Bolsa, este ano, o Ministério tem orçamento de R$ 181,3 milhões. Pagou R$ 150 milhões, até a semana passada. Quase a metade desse valor (R$ 69 milhões) referia-se a “restos a pagar”, isto é, bolsas atrasadas do ano passado.

Assim como o Segundo Tempo foi foco de farta corrupção no Ministério do Esporte, envolvendo dois ministros, Agnelo Queiroz e Orlando Silva, com a demissão desse último, inclusive, o programa Bolsa Atleta se insere nesse contexto, além dos convênios da Lei de Incentivo, que também não são fiscalizados pela pasta de Aldo Rebelo.

Esses programas serão analisados pela auditoria gigante que está sendo preparada pelo TCU. Com certeza, não teremos novidades, mas a confirmação oficial da fraude que se perpetua com o dinheiro público para o esporte.

A reportagem da IstoÉ 2016 – revista que não circula em Brasília – está neste link: http://www.istoe2016.com.br/. Clique na capa da revista, ao alto da página, à direita, e ali terá todos os textos, o da “Farra do Bolsa Atleta”, inclusive.


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