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Arquivo : CPI das ONGs

Corrupção no Ministério do Esporte não ficou no esquecimento
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José Cruz

A corrupção, que está na ordem do dia da política econômica e policial, incentivou-me pesquisar sobre casos famosos denunciados na área do esporte.  O programa “Segundo Tempo” tornou-se referência no setor e provocou, inclusive, a demissão do então ministro Orlando Silva (foto), eleito deputado federal por São Paulo. Orlando silvaEle fechou os olhos e não investigou as denúncias de desvio das verbas que liberava.

A Justiça leva de oito a dez anos para concluir uma investigação e mandar os ladrões para a cadeia, como demonstrado no Mensalão. Portanto, muitos dos casos registrados no Segundo Tempo ainda são investigados por órgãos de governo. Além disso, falamos de “misérias”, pouco mais de R$ 100 milhões desviados…  enquanto a corrupção dos tempos modernos está pra lá de bilhões, valores mais atrativos para notícia de jornal, inclusive.

O ponto de partida para essa investigação de longo prazo que reinicio é o relatório da CPI da ONGs, no Senado Federal, de outubro de 2010. No período analisado pelos senadores, as ONGs do esporte receberam R$ 106 milhões. Mas não há no relatório da CPI referências aos principais casos do Ministério do Esporte. Faz sentido, pois o relator da Comissão de Inquérito, que elabora o documento final, foi o senador Inácio Arruda, que é do PCdoB, partido que ocupa o Ministério do Esporte desde 2003.

Há outras formas de desviar o dinheiro do esporte. A Bolsa Atleta, por exemplo, provocou a criação de uma indústria de documentos falsos para que supostos competidores ganhem dinheiro fácil, aproveitando a falta de controle do Ministério do Esporte.

Pouquíssimos funcionários com capacitação cuidam da prestação de contas da Lei de Incentivo ao Esporte e das verbas liberadas por “convênios”, o que acaba facilitando a ação dos ladrões, como ocorreu na Confederação Brasileira de Tênis, neste blog registrado com provas.

É nesse panorama que as empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras construíram espaços esportivos para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Copa do Mundo e, agora, comandam o espetáculo para a Olimpíada de 2016. Reportagem do UOL Esporte detalha sobre isso.


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