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Dinheiro público do esporte vai para confederação deficitária
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José Cruz

Em plena crise da economia nacional, em que até a educação e saúde tiveram perdas orçamentárias enormes, que o Ministério do Esporte faz a festa, como se ali sobrasse dinheiro. Em medida surpreendente, a pasta do ministro George Hilton entregará R$ 7 milhões para a  Confederação Brasileira de Basquete, que acumula cinco anos de passivos em seus balanços, turbinados por verbas públicas basquete_cesta

Extremos

A notícia dessa liberação, no blog Bala na Cesta,  foi no mesmo dia em que o TCU, Tribunal de Contas da União, alertava que o Ministério no Esporte tem “estrutura deficiente” com “riscos de desvios em razão da fragilidade dos controles sobre a aplicação desses recursos”.

Muito grave!

“O Ministério do Esporte demonstrou não ter capacidade operacional para o controle dos recursos por ele próprio repassados” diz o relatório do Tribunal.

Esse alerta de que um órgão do governo é frágil na gestão de suas verbas não serviu para absolutamente nada. O ministro do Esporte, George Hilton, deu uma banana para as excelências do TCU e avançou na irresponsabilidade de entregar ao gestor relapso o dinheiro que não lhe pertence.

Gravíssimo!

Como revelou Fábio Balassiano, R$ 300 mil da grana liberada pelo Ministério do Esporte, será para a parte financeira; R$ 150 mil para assessores jurídicos! Jà a comissão técnica do basquete receberá R$ 1,1 milhão… e por aí vai.

Se os alertas do TCU já não são suficientes para segurar a gastança do esporte, a presidente Dilma Rousseff precisa escalar assessores para se atualizar sobre o que ocorre no Ministério do Esporte neste momento em que o governo aperta o cinto e obriga a população a sacrifícios enormes.

Suspeitas

É oportuno lembrar que a Confederação de Basquete não pagou o convite de R$ 3,25 milhões à FIBA (Federação Internacional de Basquete), em troca da vaga da seleção masculina na Copa do Mundo da Espanha de 2014. Não estará esse valor embutido no convênio de R$ 7 milhões, disfarçado de despesas que darão legalidade ao pagamento da dívida internacional junto a Federação ? Trata-se de uma suspeita, mas diante das fraudes que já se noticiou com o dinheiro do esporte, não se pode afastar essa possibilidade. E quem fiscalizará isso, se o próprio Ministério do Esporte “não tem capacidade operacional para o controle dos recursos que libera” como disse o TCU?

Atenção!

As verbas liberadas pelo Ministério do Esporte, através de convênio, como esse para o basquete, podem ser usadas, também, em “gestão”. Isso porque as confederações não têm estrutura para administrar a grana pública. Por isso, o governo autoriza contratar “empresas especializadas” para a tarefa. E ganham muito dinheiro para isso…

No entanto, já foi descoberta uma estrutura criminosa de espertos “gestores” particulares, que, ao administrar a verba pública para determinada confederação, fraudam licitações, por exemplo, para aumentar os seus ganhos.

No Rio de Janeiro, onde está a sede da Confederação de Basquete, o Ministério Público e a Polícia Federal já estão de posse de documentos que mostram como age essa estrutura. Mas se nem o TCU é ouvido, o que dizer dos alertas da imprensa?

 


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