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As estranhas relações olímpicas entre Carlos Nuzman & Carlos Arthur Nuzman
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José Cruz

Pode até não haver verba pública nessa jogada, especificamente essa. E o COB recebe muita verba pública, do Ministério do Esporte, das loterias, da Lei de Incentivo. Mas não é uma relação olímpica promíscua? Sinceramente, não é isso?

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Em respostas ao jornal O Globo, referente às críticas de acúmulo de cargos, como presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman disse que não “não existe contrato do Nuzman com o Nuzman. Tem um equívoco aí, não sou credor nem devedor. Há contratos entre as entidades”. Disse mais:São entidades geridas de forma profissional, não personalista. Não decido sozinho”.

Estilo olímpico

Com essa argumentação, Nuzman contesta o ministro Augusto Nardes, do TCU (Tribuna de Contas da União), de que, pela dupla função em órgãos distintos, há conflito de interesses entre as  instituições.

De fato, são instituições distintas. Mas, como dizia Millôr Fernandes, ironicamente, “na teoria é prática é outra”.  Porque, na hora da decisão, quem tem influência pesada ou palavra final, se não o mesmo presidente das duas instituições?

É o “estilo” Nuzman de governar, ter o comando supremo. Age como se não houvesse inteligência fora do seu domínio olímpico. Para isso, cerca-se de amigos-profissionais para não perder o domínio na hora de decidir, inclusive sobre a transação de milionárias parcelas de marketing, de uma entidade para a outra. Quando chega esse momento, Nuzman está nas duas lideranças, nas duas frentes, nas duas presidências,

Exemplo

Há poucos dias, a ESPN publicou reportagem com base em troca de correspondências, em 2010, apreendidas pela Receita Federal. Nelas, o presidente do COB, Nuzman, perdoou dívida de quase R$ 1 milhão de empresa administrada por ele mesmo, a Olympo Marketing e Licenciamento.

Detalhes

O pedido de perdão foi assinado pelo diretor-geral da Olympo, Leonardo Gryner, que é, também, diretor do COB!

E o perdão de quase R$ 1 milhão, foi concedido pelo vice-presidente e secretário-geral, André Richer, amigo de Nuzman, das antigas…

Não há assinatura de Nuzman nessa troca de favores. São os seus “amigos-diretores” que firmam o “pedido” e o “perdão”!

Revela-se aí a troca de favores, jogo de interesses entre instituições e desempenho de pessoas íntimas do comandante maior, Carlos Arthur Nuzman.

Pode até não haver verba pública nessa jogada, especificamente essa. E o COB recebe muita verba pública, do Ministério do Esporte, das loterias, da Lei de Incentivo. Mas não é uma relação olímpica promíscua? Sinceramente, não é isso?

A reportagem da ESPN, assinada por Gabriela Moreira, aqui, é esclarecedora de tudo isso.


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