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Brasil sediará o maior congresso internacional da ciência do esporte
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José Cruz

Com a expectativa de reunir quatro mil cientistas, o Congresso Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva será realizado no Brasil, em 2016, antecedendo a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O Congresso, no campus da Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é uma realização do Conselho Internacional da Ciência do Esporte, da Federação Internacional de Medicina do Esporte, Comitê Paralímpico Internacional, com o apoio do Ministério do Esporte.

O artigo a seguir, divulgado pelo Centro Esportivo Virtual (CEV), é o ponto de partida deste blog para contribuir no debate sobre a importância dessa reunião científica no país, antecedendo a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Por Soraya Smaili 

No dia 12 de junho,  a Copa do Mundo foi aberta por Juliano Pinto (foto), brasileiro paraplégico de 29 anos. Utilizando um exoesqueleto criado pelo neurocientista Miguel Nicolelis, Juliano chutou a “brazuca”. Foi um momento emocionante, infelizmente muito pouco divulgado pelos meios de comunicação de massa.   exoes998b34v3

O exoesqueleto é uma estrutura metálica que dá sustentação ao corpo e reage a comandos do cérebro, incluindo a realização de movimentos complexos como andar e chutar. É uma das alternativas propostas pela ciência para garantir melhor qualidade de vida aos que, por qualquer razão, não podem movimentar-se contando apenas com os próprios recursos.

O pontapé inicial da Copa, dado por Juliano, coloca em evidência o papel fundamental que a ciência desempenha para o desenvolvimento do esporte no mundo contemporâneo.”

A Unifesp tem muito a contribuir nesse setor. Não por acaso, nossa universidade irá sediar, em 2016, o Congresso Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva, evento organizado em conjunto com o Ministério do Esporte e a Prefeitura Municipal de Santos, que ocorrerá no Campus Baixada Santista.

A escolha da Unifesp foi feita pelo comitê internacional que examinou a candidatura de outras grandes universidades brasileiras. A realização do congresso significará a coroação dos esforços que todos nós, como comunidade, estamos mobilizando para construir uma universidade cada vez mais integrada, capaz de encarar os desafios postos pelo processo de expansão.

Mas ainda enfrentamos obstáculos consideráveis para o pleno desenvolvimento de nossas ações em pesquisa. Em muitos casos detectamos um grande distanciamento entre pesquisadores e dificuldades no reconhecimento de trabalhos produzidos. Por outro lado, há um número elevado de jovens extremamente interessados e esperançosos em integrar as linhas de pesquisa e produzir conjuntamente.

A integração e a organização de grupos é prática corrente nos países que mais desenvolveram a pesquisa em esporte no plano mundial. Porém, no Brasil, ainda sofremos com os resquícios do passado: não raro, por exemplo, grupos agregam profissionais pouco dispostos a compartilhar equipamentos, geralmente adquiridos com recursos públicos. Felizmente, o próprio amadurecimento das instituições coloca em xeque práticas retrógradas e conservadoras, estimulando pesquisadores a desenvolverem programas mais ambiciosos e abrangentes, mediante a união de esforços.

Na Unifesp, mantivemos a tradição e o interesse na elaboração de pesquisas e nos estudos de pós-graduação, exploramos grande diversidade de áreas do conhecimento e contamos com um conjunto altamente qualificado e dedicado de doutores experientes que servem de referência aos mais jovens. Cabe à instituição e a seus mantenedores criar as condições para potencializar os grupos existentes, propiciar um ambiente cada vez mais interativo, pleitear melhores condições, organizar a infraestrutura e adquirir equi pamentos que permitam mais encontros – presenciais ou virtuais.

Nesse sentido, o Congresso Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva representa não só um grande evento de destaque internacional, mas também o marco de uma nova fase em nossa trajetória como universidade. Integrar as atividades, compartilhar os conhecimentos e construir conjuntamente um centro de reconhecida qualidade, no Brasil e no mundo. Este é o desafio que encaramos com grande entusiasmo e otimismo.
Soraya Smaili é reitora da Unifesp. 


Em plena Copa, Rio 2016 coloca as barbas de molho
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José Cruz

Em pleno Mundial de Futebol e dúvidas sobre o futuro dos estádios “elefantas brancos”, o movimento olímpico brasileiro se antecipa a um debate que está sempre na ordem do dia: legado. Há poucos dias, o Globo publicou mensagem, tipo comercial, com foco no “legado das Olimpíadas de Londres 2012”.

Em meia página, a matéria abordou sobre um seminário, com a participação de especialistas ingleses que trabalharam nos Jogos de Londres. Um título chamou atenção:

“No Rio de Janeiro, tudo vai dar certo”.

Em seguida, outro alerta:

“Sucesso depende de uma abordagem integrada” – entre governo federal e a prefeitura carioca.

Fantasma

O Brasil optou por receber grandes eventos esportivos e, em seguida, apareceu o fantasma: “e depois?” A indagação faz sentido. Afinal, o desastroso exemplo do Pan- 2007 ainda é recente.

O principal estádio daquele evento, o Engenhão, está fechado para reforma, porque a cobertura estava desabando;

O Velódromo de R$ 16 milhões foi destruído e vão erguer outro, de R$ 150 milhões. Lá, a cobertura também ameaçou ruir, segundo relatório do Ministério do Esporte;

O Brasil está sem laboratório credenciado para exame antidoping. Os exames são realizados no exterior;

E já se sabe que a Baía de Guanabara não será mesmo despoluída, segundo o prefeito do Rio. Os velejadores terão que desviar de boias e do lixo na área de competição.

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Dúvidas

Para não ficar no esquecimento, aqui vai a “memória” de sempre:

Qual o aproveitamento que prefeitura e governo do Rio de Janeiro deram às instalações do Pan? Houve um programa para usar os espaços pela comunidade, por atletas e clubes formadores? Qual a ação efetiva do Ministério do Esporte nessa questão, pois foi o governo federal o principal financiador das despesas do Pan?

A reportagem em O Globo é uma espécie de “alerta” do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. Algo como que chamando os governos federal, estadual e municipal a também se preocuparem com o pós-evento, a fim de que o Comitê Olímpico e o Comitê Organizador dos Jogos não sejam responsabilizados pelo desperdício de espaços, como já ocorreu com Pan 2007.

O pior é que, a oitocentos e poucos dias da Olimpíada no Rio de Janeiro, não temos nem uma discussão sobre esses assuntos. Nada! Até porque, encerrados os Jogos, os políticos e cartolas serão outros. E os que vierem que respondam sobre os desperdícios públicos de sempre.


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