Blog do José Cruz

Missão para a CPI: quem lucrou com a terceirização dos jogos da Seleção?

José Cruz

Já na primeira reunião, com jornalistas, ficou claro que a CPI do Futebol precisa chegar aos beneficiados pela exploração da imagem da Seleção Brasileira, que terceirizaram jogos milionários. E conseguirá isso se quebrar os sigilos bancários da CBF e de seus dirigentes. Só então saberemos se a CPI é para valer ou apenas preencher calendário legislativo

CPI

Os depoimentos desta terça-feira na CPI do Futebol, no Senado, tiveram resultado estratégico, e podem mudar a pauta burocrática das convocações apresentadas pelo relator, senador Romero Jucá, para centrar foco na questão maior, a corrupção na CBF.

O jornalista Jamil Chade, correspondente na Europa do jornal O Estado de São Paulo, trouxe cópia de contratos, que ele  já revelou em reportagens, demonstrando que a CBF realizou negócios milionários e suspeitos, a partir da terceirização dos jogos da Seleção Brasileira, por exemplo. Um dos contratos foi com empresa cujo endereço é uma caixa-postal; outro, teve transações no paraíso fiscal das Ilhas Cayman.

Juca Kfouri, pioneiro entre os jornalistas nas denúncias de falcatruas no futebol nacional, citou fatos envolvendo cartolas que reforçaram o que tenho escrito: quatro dos mais influentes presidentes da CBF nas últimas décadas – João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo del Nero – não têm perfil de gestor, mas fichas corridas …

O recente escândalo das propinas, que bateu na FIFA e mantém José Maria Marin preso na Suíça, é exemplo que entra para a história triste do futebol.