Blog do José Cruz

Governo promoverá a “Olimpíada do Atletismo”

José Cruz

Os ministérios da Educação e o do Esporte promoverão a “Olimpíada Escolar de Atletismo”, provas de velocidade e de salto em distância.

Algo como a Olimpíada da Matemática, faremos a Olimpíada Escolar para encontrar o estudante mais rápido e o que salta mais longe”, disse a presidente Dilma Rousseff, ao lançar o plano Brasil Medalhas 2016, na quinta-feira, anunciando mais recursos para o esporte de rendimento.

''É um marco na história do esporte nacional, um grande feito da presidente Dilma e do ministro  Aldo Rebelo'', afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo.

Discreto, Gesta disfarçou para admitir que a ideia da “Olimpíada de Atletismo” foi sua. Em conversa com o ministro Aldo Rebelo ele “comentou” sobre o assunto. A  ideia evoluiu e chega em bom momento para suprir uma das deficiências da falta de esporte na escola.

A corrida é própria do atletismo, mas por que o salto em um evento estudantil preliminar?

O principal argumento é histórico: o Brasil sempre teve tradição nos saltos.

Das 14 medalhas olímpicas conquistadas, oito vieram dessa prova. A primeira, de bronze, com José Telles da Conceição, no salto em altura, Jogos de Helsinque, 1952. No mesmo evento, Adhemar Ferreira da Silva ganhou ouro no salto triplo. E se tornaria bicampeão na Olimpíada seguinte, em Merbourne.

Nelson Prudêncio (prata e bronze) e João Carlos de Oliveira (dois bronze), no salto triplo, e Maurren Maggi no salto em distância.

A Olimpíada de Atletismo tentará despertar nos estudantes o interesse pelo esporte e massificação da modalidade, ponto de partida para a prática dos demais esportes: correr, pular e saltar. É, também, alternativa para suprir as deficiências da prática de educação física escolar.

“São atividades simples, sem sofisticação que darão resultados. Com uma trena e um cronômetro se faz as marcações para identificar os melhores em cada escola. Depois podemos evoluir para uma competição na cidade, no estado e aos poucos vendo quem tem aptidões para o atletismo”, explicou Gesta.

Ao aceitar a proposta, o governo reconhece, indiretamente, atrasos na elementar prática esportiva escolar.  Também por isso, agora abre os cofres para aplicar muito dinheiro na tentativa de formar em quatro anos uma geração de bons competidores, que normalmente se faz em uma década.

Mas, afinal, por que o esporte de rendimento está sob o comando do governo?

Este será o assunto do próximo artigo.