Blog do José Cruz

Futebol rasteja no DF e políticos invadem eleição para Federação

José Cruz

Advogado desconhecido no esporte,  funcionário do GDF e intimamente ligado ao governador Agnelo Queiroz disputa a presidência da Federação Brasiliense de Futebol.

Políticos dominam o pleito da cartolagem, de olho nos milionários negócios da Copa 2014. Cabine eleitoral foi improvisada atrás de uma pasta 007

Na capital da República, onde um estádio para 75 mil pessoas está em construção, o futebol profissional rasteja, mas seu bastidor é animadamente disputado. Aqui, três clubes estão nas séries C e D do Campeonato Brasileiro, mas a média de público não chega a mil torcedores…

Nos bastidores desse ''progresso'', depois de mais de um ano com intervenção judicial, devido denúncias de desvios de verbas públicas, a Federação Brasiliense de Futebol realizou eleição, que terminou empatada, 19 x 19 e um voto nulo, entre o advogado Josafá Dantas e o policial militar Márcio Coutinho. O desempate será em 4 de outubro.

Os detalhes dessa politicagem futebolística estão no blog da jornalista Ana Maria Campos.

Enquanto isso…

O jornalista Walter Guimarães levantou números impressionantes sobre os três clubes de Brasília que disputam as séries C e D do Campeonato Brasileiro de 2012.

A situação é a seguinte:

CLUBE / SÉRIEJOGOSPÚBLICOMÉDIAINGRESSOS
DOADOS
Brasiliense / C

5

4.219

844

2.663

Sobradinho /D

4

3.365

841

2.300

Ceilândia / D

5

499

100

*

 

*O Ceilândia não utilizou da técnica de passar ingressos para torcedores com valor simbólico de R$ 1,00. O time passou para a segunda fase, mesmo assim o maior público foi de 167, no derby contra Sobradinho, e no menor, 57 heróicos assistiram a partida contra o Aparecidense-GO.

Em resumo:

Nos 14 jogos disputados neste ano no DF apareceram 8.083 testemunhas, sendo que apenas 3.120 realmente tiraram dinheiro da carteira. Estes somam 4% da capacidade do novo estádio Mané Garrincha, um “feto problemático”, pois depois da Copa falecerá …, resumiu o companheiro Walter.

Neste ritmo precisaríamos de “apenas” 336 jogos de times candangos para lotar tal arena que Agnelo constroi, ao custo de mais de R$ 1 bilhão.

Só mais um detalhe, todas, repito, todas as partidas tiveram renda negativa, ou seja, prejuízo atrás de prejuízo…

Mas os candidatos à Federação de Futebol estão aí, brigando para administrar esta potência …

Por quê?

E qual o motivo de Agnelo estar interessado nesse comando?

Suspeito interesse, muito suspeito…