Blog do José Cruz

Segundo Tempo: PF entra em campo em mais um caso esdrúxulo

José Cruz

Pausa no noticiário olímpico,  porque a Polícia Federal entrou em campo. E a Controladoria Geral da União também, para recolher documentos na ONG Bola pra Frente, de Jaguariúna (SP), que comprovariam desvios de recursos liberados pelo Ministério do Esporte. Grana grossa está sob suspeita.

A operação da Polícia Federal chama-se “Gol de Mão”

O assunto é antigo, vem de 2008 quando escrevi:

A ONG Bola pra frente, de Jaguariúna (SP), foi a terceira instituição privada sem fins lucrativos que mais recebeu recursos do Ministério do Esporte, em 2008: R$ 8,5 milhões. Tanto dinheiro até passaria despercebido, não fosse por um detalhe: a Bola pra Frente é dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, vereadora de Jaguariúna pelo PCdoB, mesmo partido do ministro do Esporte, Orlando Silva”

Os dados acima, oficiais, foram apurados pelos companheiros da Associação Contas Abertas.

Hoje, quatro anos depois da primeira denúncia, a imprensa divulga que a Bola pra Frente recebeu R$ 28,1 milhões para atender 18 mil crianças do Segundo Tempo. “Mas o dinheiro não foi aplicado de forma adequada”, completa a notícia de Edson Luiz, no Correio Braziliense.

Foram identificados indícios de superfaturamento na aquisição de alimentos, e suspeita de uso de empresas fantasmas como fornecedoras”.

A CGU constatou que o número de crianças e adolescentes atendidos com atividades esportivas foi inferior aos 18 mil informados pela entidade.

Esta é mais uma prova que, sob a gestão do então ministro do Esporte, Orlando Silva, não havia fiscalização nas instituições contempladas com verbas públicas, principalmente às ligadas aos companheiros do PCdoB.

Demitido em outubro do Ministério do Esporte, acusado de irregularidades administrativas, Orlando Silva é candidato à Câmara de Vereadores de São Paulo, na eleição de outubro.

É o típico caso de ter usado o cargo público para, liberando verbas a currais eleitorais, se promover politicamente, como historicamente ocorre há décadas em todos os ministérios, independentemente de partido que ali está instalado.