Blog do José Cruz

Os rumos do atletismo

José Cruz

Recebi este comentário de Adroaldo Quintela, um apaixonado estudioso do atletismo que previa dificuldades para Maurren Maggi. Não deu outra. Confiram as propostas desse brasiliense para desenvolver a modalidade

 Adroaldo Quintela

 

 

Excelente análise sobre o pífio desempenho do Brasil no Atletismo Olímpico apesar dos R$26 milhões disponíveis para a CBAt, dos quais R$24,0 milhões de recursos públicos (R$16,0 milhões da Caixa).

 

Gostei da proposta da CPI do Esporte Olímpico. Está na hora da sociedade brasileira debater abertamente as mazelas do esporte.

 

Minha esperança de medalha no atletismo foi para ralo quando Fabiana perdeu o rumo em Londres. Se ganharmos um bronze com a Maurren vai ser uma bela surpresa.

 

Ponderações

 

R$26 milhões não é muito para a gama de modalidades do atletismo, comparado com o que o Brasil investe no vôlei, no futebol masculino, na natação, no basquete e no judô.

 

A iniciativa privada investe pouco no atletismo, apesar da Lei de Incentivos. Atletismo no mundo é esporte nobre. No Brasil é esporte de pobre.

 

Há pouca informação na mídia sobre atletismo. A maioria das pessoas acha que atletismo se resume a corridas de rua e de pista.

 

Corridas de rua cresceram 500% nos últimos cinco anos em nosso país. Virou diversão da classe média e não há conexão com o esporte de alto rendimento nem com a formação de atletas da base olímpica.

 

Como podemos ser Top 10 Olímpico se:

 

12.000 escolas brasileiras não dispõem de instalações para a prática de esportes.

 

Há um déficit de 60 mil professores de educação física.

 

Educação física não é disciplina obrigatória em todos os níveis de ensino.

 

Menos de 5% dos recursos da lei de incentivos são destinados efetivamente para projetos de esporte, educação e inclusão em áreas de vulnerabilidade social.

 

Projeto

 

Recentemente, começamos a trabalhar voluntariamente com atletismo sustentável no Distrito Federal. Temos plena convicção de que 2016 será um pouco melhor do que 2012, porque não houve o tão falado e pouco praticado investimento na base. Mas podemos dar um salto qualitativo a partir de 2020. O trabalho liderado por Joaquim Cruz com a preparação de 30 jovens corredores para as Olimpíadas de 2020 é uma luz no fim do túnel.

 

 

Adroaldo Quintela é um estudioso de política pública para o esporte, que prepara o lançamento do PAS – Parceiros do Atletismo Sustentável, em Brasília.