Blog do José Cruz

O Velódromo do Rio e a especulação imobiliária

José Cruz

César Maia, prefeito do Rio de Janeiro à época do Pan 2007, não tem dúvidas de que a proposta para derrubar o Velódromo, que custou R$ 14 milhões aos cofres públicos, atende aos interesses da especulação imobiliária. E encaminhou links que ajudam entender sua tese.

Diante de informações desencontradas sobre o assunto, no Relatório do Pan, elaborado pelo Ministério do Esporte, e  as do ex-prefeito do Rio encaminhei perguntas para esclarecer, que foram assim respondidas.

Entrevista

Confere a informação de que, em determinado momento, a Prefeitura do Rio teria esgotado seus investimentos no Pan 2007  e pediu socorro ao Governo Federal?

César Mais: Não. Fui chamado pela então ministra Dilma Roussef na presença de ministros Antônio Palocci e Agnelo Queiros para me dizer que tinha decidido participar das obras do Parque Olímpico e que disponibilizava 60 milhões de reais. Fiquei surpreso e agradeci e concentrei no Parque Aquático e no Velódromo.

Ao contrário do que diz o Relatório do Ministério do Esporte sobre o Pan 2007, o custo do Velódromo, R$ 60 milhões, foi pago integralmente pelo governo federal?

 César Maia – Os 60 milhões foram para o Parque Aquático e Velódromo e alcançaram uns 90% de cada.

A ''especulação imobiliária'' teria influenciado na decisão para derrubar o Velódromo a fim de liberar o valorizado terreno?

César MaiaNão tenho qualquer duvida. Trata-se de um negócio de mais de 1 bilhão de reais do valor dos terrenos. Pergunte ao consórcio e à Prefeitura o valor dos terrenos que os consórcios assumiram: R4 850 milhões ao qual se agrega este que é o mais valorizado de todos por ser frontal em duas frentes à lagoa.

O atual Velódromo poderia passar por reformas que atendessem as exigências do Comitê Olímpico Internacional?

 César Maia – Antes do projeto do Parque Olímpico prever os espigões e a saída do Velódromo para isso, deveria trazer comissão técnica da Federação Internacional de Ciclismo e divulgar um relatório. Agora já é tarde para isso.

Conclusões:

Está claro que ainda repercutem os confrontos políticos daquela época.

A certeza é que a conta desse confronto partidário será paga pelo eleitor-contribuinte.

 Para saber mais:

Informações enviadas por César Maia, para tentar entender o imbróglio do Velódromo:

''Croquis distribuídos à imprensa, em agosto de 2011, com o projeto vencedor. Velódromo incluído.''

''Agora, veja no vídeo, quando aparece o Velódromo, aos 44 segundos. Siga e veja depois, em 2 minutos e 37 segundos até 2 minutos e 42 segundos. Surgem os espigões. Tudo silenciosamente previsto.''