Blog do José Cruz

Estádio de futebol em Brasília: o legado do desperdício

José Cruz

Manutenção da arena do Gama, em 2011, foi de R$ 1.296.962,77, enquanto o GDF arrecadou apenas R$ 3.300,00 com a utilização do espaço

Do jornal Metro/Brasília

Ele foi reinaugurado em 2008 com pompa e circunstância. Custou R$ 50 milhões – com a promessa de servir como estímulo ao futebol local e a justificativa de que poderia abrigar grandes eventos musicais, hoje sem lugar no Distrito Federal.

O discurso vale para várias outras arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014.

O  Estádio Bezerrão, no Gama, porém, teve uma média total de público de apenas 3.574 torcedores, no acumulado de três anos depois da reinauguração – os dados de 2012 não foram divulgados. A capacidade é de 20 mil espectadores.

Em 2011, a arena gerou R$ 1.296.962,77 em despesas com manutenção. No mesmo período, o GDF arrecadou apenas R$ 3.300 com a utilização do espaço.

De 2008 a 2011, foram realizados no Bezerrão 64 jogos de futebol profissional e amador, que tiveram um público total de 228.740, incluído não pagantes.

Se forem excluídos os jogos com maior público – a partida inaugural de 2008 entre Brasil x Portugal (19.157 pessoas), Goiás x São Paulo, pelo Brasileiro do mesmo ano (17.064) e Dom Pedro e Botafogo (14.939) na Copa do Brasil de 2009 –, a média de público em três anos não chega a 3 mil pessoas.

Neste ano, o estádio seguiu com bilheterias irrisórias. Em 21 de março, pelo Campeonato Brasiliense, o duelo entre Botafogo-DF e Formosa teve apenas 36 pagantes.

A renda: R$ 180. Um mês antes, o mesmo Botafogo, que manda seus jogos no Bezerrão, levou ao estádio 57 torcedores (renda de R$ 610) no duelo contra o Brazlândia.

Ainda pelo Candangão, a partida de maior público na arena foi registrada em 3 de março último, no clássico entre Gama e Brasiliense (7.593 pagantes e renda de R$ 52.840).

A situação é reflexo de um futebol local precário, com clubes passando por dificuldades financeiras e com pouco espetáculo a mostrar para o torcedor.

Enquanto isso

É nesse panorama que se constrói um gigante para 71 mil pessoas…

Claro, haverá shows, espetáculos etc, etc, etc. Mas até agora isso é apenas plano, ideia.

De concreto só as colunas do novo Mané Garrincha.