Blog do José Cruz

Ministério do Esporte gasta R$ 5,4 milhões com inventários de estádios de futebol

José Cruz

Enquanto isso,  Bolsa-Atleta de 2011 para os não-olímpicos (R$ 6 milhões) ainda não foi paga…

O Ministério do Esporte pagou R$ 5,4 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro “diagnosticar a real situação dos estádios brasileiros em relação às condições de segurança, conforto acessibilidade e higiene”.

O valor é praticamente o orçamento da Bolsa Atleta de 2012 (R$ 6 milhões) para os competidores das modalidades não-olímpicas e não-paralímpicas.

Segundo o  Ministério serão vistoriados 152 estádios de futebol com capacidade para mais de 10 mil pessoas. Com o resultado a Secretaria de Futebol estabelecerá critérios para a construção e funcionamento de arenas esportivas.

Desconfio que essa seja uma manobra para o ministério do Esporte retomar o projeto de monitoramento por TV de torcedores em estádios de futebol, suspenso em janeiro deste ano, pelo ministro Aldo Rebelo.

Por decisão do ministro o projeto não será retomado”, dizia nota do Ministério, à ocasião, a partir de determinação do TCU, para darem um basta nesta bobagem.

Afinal, isso não é obrigação das prefeituras e dos governos, através de seus órgãos oficiais de segurança pública?

Num ministério de orçamento apertado, inclusive para o Bolsa Atleta, é justo gastar R$ 5,4 milhões para dizer o que um estádio de futebol de clubes privados precisa?

O Ministério do Esporte não tem outros compromissos mais sérios e urgentes, como tratar de uma política para a iniciação, a ponto de desperdiçar tempo e dinheiro com o futebol profissional? O próprio TCU, em auditoria específica, já puxou as orelhas dos gestores do esporte alertando-os para a falta de uma política nacional que contemple o desporto escolar, como determina a Constituição.

Enquanto retoma decisões do ministro anterior, Aldo Rebelo dá o tom de populismo em sua gestão, explorando o forte apelo do futebol. Está na cara.

 Enquanto isso…

A Bolsa Atleta de 2011 para competidores de modalidades não olímpicas ainda está na fase de inscrições…

Pior:

o Ministério promoveu mudanças nos critérios de concessão da Bolsa que prejudicam diretamente os paralímpicos, conforme já se debateu neste espaço.

Foi uma manobra vergonhosa para ajusar o apertado orçamento e, claro, sobrar grana para gastar com o futebol profissional.

Como se vê, nem todos estão ''juntos num só ritmo''. ..