Blog do José Cruz

Segundo Tempo: Justiça pede devolução de R$ 3,5 milhões de convênio com a Federação Paulista de Xadrez

José Cruz

Contrariando o discurso do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva de que “faltam provas de desmandos na minha gestão”, o Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública contra a Federação Paulista de Xadrez, num processo que envolve, também, o ex-prefeito de Americana, Erich Hetzl Júnior. A denúncia de suspeitas de corrupção no programa de Americana foi divulgada neste blog em 2008.

Em Juiz de Fora (MG) e em outras oito cidades a Polícia Federal e o Ministério Público também investigam denúncias de desvios de dinheiro do Segundo Tempo, na época em que Orlando era ministro, mas acabou demitido.

Estranho

No caso de Americana, o Ministério do Esporte firmou, estranhamente, convênio com a Federação Paulista de Xadrez, sem estrutura e inexperiente para desenvolver o Segundo Tempo em escolas da região. O desmando foi constatado, como o número de crianças atendidas, bem inferior ao correspondente dinheiro recebido do governo.

Agora, a procuradora da República em Piracicaba, Heloísa Maria Fontes Barreto, pede a devolução de cerca de R$ 3,5 milhões, atualizados e com multa.

A ação foi encaminhada para a 3ª Vara Federal de Piracicaba e acusa quatro pessoas por “improbidade administrativa”.

Assim se manifestou a procuradora:

''Conclui-se que a implantação do Segundo Tempo no município de Americana visava promover o favorecimento indevido dos agentes envolvidos, bem como de autoridades e políticos, o que era vedado pelo convênio”.

Mais:

''Como se demonstrará, a execução do convênio ocorreu com grandes irregularidades, que causaram prejuízo ao erário de Americana, assim como da União”.

Memória

O caso de Americana, assim como o de Juiz de Fora, estão no topo de um escândalo maior do Segundo Tempo, que ganhou destaque quando o brasiliense João Dias denunciou o esquema de pagamento de propina para aprovar projetos.

Notícia completa sobre este assunto é da repórter Camila Ancona, do G1, de Piracicaba.