Blog do José Cruz

Arquivo : fevereiro 2012

Os dribles de Ricardo Teixeira
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José Cruz

Excelente artigo do jornalista Jaime Sautchuk no portal Vermelho.com: “Os dribles de Ricardo Teixeira”.

Jaime acompanhou de perto a CPI da CBF Nike, na Câmara dos Deputados, em 2001. Teve acesso a documentos importantes, conversou, entrevistou, pesquisou. Ao final, escreveu “Os descaminhos do futebol”, livro indispensável para quem quiser entender os bastidores do futebol e sua transição da arte para o negócio, dos lucros legais para as falcatruas escancaradas. É da Verano Editora e Comunicação Ltda (veranobsb@tba.com.br).

Para quem não leu o relatório da CPI da CBF Nike – Ricardo Teixeira conseguiu, na Justiça, tirar o livro de circulação –  Os descaminhos do futebol ótima alternativa, pois dedica bom espaço para a devassa da CPIs nas federações de futebol e analisa em detalhes o contrato da CBF Nike, entre outras ótimas análises sobre as conclusões dos deputados.

Boa leitura


Copa 2014: TCU faz novo alerta sobre atrasos
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José Cruz

Até dezembro de 2011, apenas quatro cidades-sedes da Copa 2014 não tinham contratado recursos do BNDES para a construção ou reforma de estádios: Distrito Federal, Porto Alegre, São Paulo e Paraná.

As outras oito sedes acertaram financiamento  de R$ 396,5 milhões.

Porém, desse total, apenas R$ 79,3 milhões foram liberados. Os valores são transferidos na medida em que os contratantes cumprem exigências do Banco.

Essas informações estão no mais recente relatório do Tribunal de Contas da União, de janeiro de 2012.

O documento completo está aqui.

Planejamento pífio         

O  planejamento para a Copa 2014 foi dividido em três ciclos, pelo Grupo Executivo – GE-Copa.

Posteriormente, as ações passam à matriz de responsabilidade, isto é, definindo as competências da União, dos Estados e municípios em termos de execução das obras e desembolso de valores.

O primeiro ciclo, em andamento, aos trancos e barrancos, envolve as obras dos estádios, mobilidade urbana, aeroportos e portos.

O segundo ciclo, cujo planejamento deveria ter sido apresentado em julho do ano passado, ainda está “em discussão”.

Nesse ciclo estão os projetos de Segurança, Infraestrutura turística, Telecomunicações,  Tecnologia e Informação, Energia, Saúde e Sustentabilidade ambiental.

Já o terceiro ciclo, cujas ações deveriam ter iniciado em 2011, com término previsto para 2013, ainda nem começou a ter os temas discutidos: Malha aérea, Operação aeroportuária e portuária, Transporte e mobilidade urbana, Fornecimento de energia, Saúde, Prevenção e pronto-socorro e Estruturas temporárias para a Copa.

E daí?

Daí que assim se manifestou o TCU, através de seu ministro-relator, Valmir Campelo:

A matriz de responsabilidades, instrumento indispensável ao conhecimento dos cronogramas críticos do evento foi criada para dimensionar e consolidar as previsões de gastos nas três esferas de governo e possibilita a visão geral das fontes de financiamentos utilizadas na execução de todos os projetos para os jogos.”

Atenção… alerta!!!

Segundo Valmir Campelo, “a não contemplação de todos os gastos em um único documento representa riscos para a realização bem sucedida do evento. Por essas razões, mediante o Acórdão 1592/2011, o Tribunal alertou o Ministério do Esorte que essa situação põe em xeque  o necessário dimensionamento das medidas faltantes para a viabilização da Copa”.

Memória

Lembro a recente entrada no Brasil de um jornalista alemão. No aeroporto de Guarulhos foi direto comprar um chip para o seu laptop. Não conseguiu, só com CPF …  Ou seja, chips só para brasileiros. A imprensa estrangeira que se lixe.

Essa é uma das questões do segundo ciclo (Telecomunicações), mas os assuntos continuam no papel, a um ano e quatro meses da Copa das Confederações e a 848 dias da abertura da Copa.

Atualização

A situação e tão séria que até o relatório do Tribunal de Contas da União continua publicando a foto antiga do estádio Mané Garrincha, em Brasília. O projeto foi totalmente alterado há três anos…

E no relato do TCU não há qualquer referência sobre o acréscimo de R$ 150 milhões no projeto do estádio no Distrito Federal, referente à licitação para a cobertura do estádio, jogando o preço da obra para R$ 895 milhões. E ainda falta orçar o gramado, cadeiras, iluminação…

Para saber mais:

http://www.copa2014.gov.br/sobre-a-copa/ciclos-de-planejamento

 


“Só saberemos o valor da Copa em 2015”, diz consultor
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José Cruz

A desordem  – e outro tanto de desinteresse oficial –  no acompanhamento dos gastos públicos com obras para a Copa 2014 é tão grande, que  o consultor legislativo, Alexandre Guimarães, faz uma triste previsão: “Só saberemos em 2015 o valor total dos gastos”.

Alexandre viajou por várias capitais-sedes para levantar informações e municiar os senadores da República. Como consultor do Senado Federal essa é uma de suas funções. 

Num depoimento ao Contas Abertas, para o curso que realiza com a Associação de Jornalismo Investigativo, Alexandre criticou a falta de atualização dos dados e  o desencontro de informações entre os órgãos responsáveis pela fiscalização dos gatos.

Confira no site Contas Abertas


Luxa foi expulso de um Gre-Nal
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José Cruz

O repórter Marcos Paulo Lima, do Correio Braziliense, voltou no tempo para contar o dia em que Vanderlei Luxemburgo, agora técnico do Grêmio, foi expulso de um Gre-Nal. Há 34 anos.

Confira no blog Drible de Corpo.


Para onde vai o Brasil Olímpico?
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José Cruz

Enquanto  algumas mentes brilhante, como o deputado Walter Feldman (PSDB), quer introduzir o jogo de pôquer nas escolas brasileiras, em vários países os esportes já figuram há décadas em seus sistemas educacionais:
Japão
Japão tem judô como disciplina escolar e estimula “golpe perfeito”
http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u399598.shtml

Cuba
O segredo desse sucesso esportivo está escondido em prédios de aparência feia.  Não há dinheiro para a manutenção, mas, lá dentro, crianças aprendem a ser atletas.  Em Cuba, o principal instrumento para se praticar esportes não é uma bola, uma  chuteira, uma sapatilha, uma raquete, mas sim a carteira escolar. Aos cinco anos de idade, uma criança escolhe uma modalidade e passa a praticá-la diariamente na escola.  http://tinyurl.com/c5fdm3a

Coréia do Sul
Em alguns países, como na Coréia, o treinamento de taekwondo é matéria obrigatória  nas escolas.  Em 1962 o governo coreano decretou a prática da modalidade nas aulas de  Educação Física a partir do primário
http://www.tkdrio.com.br/a_arte_marcial_historia.asp

Jamaica
Investimento na base, o segredo do sucesso do atletismo da Jamaica  Nas escolas ou nas praias, a correria jamaicana está em todas as partes.  Mas o caminho é um só: começa como uma brincadeira no colégio – durante as aulas  de educação física…
http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-reporter/noticia/2011/05/investimento-na-base-o-segredo-do-sucesso-do-atletismo-da-jamaica.html

Comparações  

PAÍSPOPULAÇÃO ÁREA EM Km²
Brasil192milhões8,5 milhões
Japão127 milhões377 mil
Coréia48,6 milhões99 mil
Cuba11,2 milhões110 mil
Jamaica2,8 milhões10 mil

 

Quadro geral de medalhas olímpica

(Atenas 1896 – Pequim 2008) 

PAÍSPOSIÇÃOOUROTOTAL
Japão12ª123360
Coréia17ª68215
Cuba18ª67194
Brasil37ª2091
Jamaica42ª1353

Fonte: http://quadrodemedalhas.com/olimpiadas/quadro-de-medalhas-dos-jogos-olimpicos.htm

Análise
Dos quatro países que associaram o esporte ao sistema educacional- escolar três têm desempenho olímpico largamente superior ao do Brasil, seja na posição geral no ranking, no número de medalhas de ouro ou no total de pódios: Japão, Coréia do Sul e Cuba.

Apenas a Jamaica é suplantada pelo Brasil. Mas comparem a população e área territorial entre os dois países…
Porém, na última edição dos Jogos Olímpicos (Pequim 2008), a pequena Jamaica teve três medalhas de ouro a mais que o Brasil, resultado de seu programa esportivo-educacional  comparado com a estagnação  ou retrocesso de nossa “política de esporte”?

Populações

É importante considerar as populações entre os países analisados.

No Brasil, temos 33 milhões de escolares. Isto é, três vezes mais que a população de Cuba e 12 vezes (reparem, 12 VEZES)  a população jamaicana. Que tal?

Questões preliminares:

  1. A quem compete identificar atleta no Brasil?
  2. Ao ser identificado um candidato a atleta para onde encaminhá-lo?
  3. Se nem as confederações nem o COB têm o compromisso com a formação de atletas, por que recebem tanto dinheiro público? E o que fazem com a grana?
  4. Qual a posição do Ministério do Esporte – agora sob nova direção – sobre o assunto?
  5. Diante desse quadro, com base em quê a III Conferência Nacional do Esporte estimou o Brasil entre as 10 potências olímpicas nos Jogos 2016?
  6. E se a meta não for alcançada, quem responderá pelo fracasso?
  7. Como explicar nossas limitada participação olímpica diante da fartura de recursos públicos entregues aos órgãos olímpicos e clubes? Lei Agnelo Piva, Lei de Incentivo ao Esporte, Bolsa Atleta, patrocínio sete estatais, orçamento do Ministério do Esporte e loterias federais.
  8. Finalmente: qual a análise do Ministério do Esporte sobre estas questões, nove anos depois de ter sido criado?

Atualizado às 13h de 20/2/2012

O professor Fernando Franco, do Centro de Estudos de Atletismo, contribui com oportunas informações sobre o tema em debate:

Na comparação de medalhas olímpicas é oportuno lembrar que o Brasil participa em quase todas as modalidades de esportes, com quantidade de atletas superior aos citados no seu último post. Confira:

Jogos de Pequim – 2008

Brasil: 469 atletas disputando em 32 modalidades.

Jamaica: 56 atletas disputando apenas no atletismo

 

 

 


País olímpico, país sério! Deputados, então, nem se fala!
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José Cruz

O Brasil está a quatro anos de receber os Jogos Olímpicos.

Qual a ação efetiva do Ministério da Educação conjugada com o do Esporte e o da Saúde para envolver as escolas e universidades no processo?

Enquanto isso…

Deputado federal defende que pôquer seja praticado nas escolas como esporte

Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo

O deputado federal Walter Feldman, entusiasta do pôquer, foi longe ao avaliar a modalidade, na última sexta-feira. Na abertura da etapa final do circuito latino-americano (LAPT, na sigla em inglês), o ex-secretário de esporte de São Paulo disse que o pôquer deveria chegar às escolas.

“Eu falei no ano passado e isso gerou uma grande polêmica. E eu falo de novo. O pôquer deveria ser introduzido nas escolas. A queda do preconceito fará do pôquer um dos esportes mais importantes do país”, opinou Feldman, que tenta aproximar a prática do pôquer com a do xadrez, que já é praticado em clubes-escola da prefeitura de São Paulo.

Mais que uma proposta, a declaração é uma manifestação de apoio de Feldman ao esporte. De volta a Brasília depois de um tempo em Londres, o ex-secretário paulistano diz que primeiro tem de inserir o pôquer na lista de temas a serem discutidos pelos deputados na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.

Somente depois disso Feldman proporia algo mais concreto. A prioridade dos praticantes é regulamentar a atividade, com a implantação de um sistema de tributação específica para o pôquer, além de outras regras.

O político foi convidado de honra da abertura do LAPT, que acontece até o fim do Carnaval em um hotel de São Paulo. Quando ainda era secretário, Feldman foi a Bahamas acompanhar um torneio de pôquer, comprou a briga da modalidade e costurou o acordo que levou a capital paulista a sediar o evento de abertura do circuito latino-americano, no ano passado.

Agora, São Paulo recebe a etapa que encerra a quarta temporada do LAPT depois de o esporte ter sido reconhecido pela Associação Internacional de Esportes da Mente e de ter recebido o “aval” do Ministério do Esporte brasileiro. Para o deputado, o estigma de que se trata de um jogo de azar já ficou para trás.

Realizado paralelamente ao Carnaval, o evento trouxe para o país alguns nomes de destaque do esporte no mundo. Daniel Negreanu é o grande astro da festa. Dono de quatro vitórias no circuito mais importante do pôquer mundial, o canadense é o convidado de honra do LAPT.

“Quero vir para cá há anos. Meus amigos brasileiros falam muito bem do país quando vão a Las Vegas jogar. Sei que aqui tem mulheres lindas. quero ver vocês no Carnaval”, disse Negreanu, em sua breve apresentação. Ao todo, 340 pessoas, entre jogadores amadores e profissionais, estão na disputa pelo prêmio principal, que será decidido na próxima segunda.

Quem é?

Walter Feldeman é deputado federal, um dos fundadores do PSDB, mas aliado a Gilberto Kasab (PSD).

Nos últimos seis meses morou no Reino Unido, como “embaixador” da prefeitura de São Paulo.

Objetivo da viagem: acompanhar a organização das Olimpíadas de Londres. Retorna com esta baita contribuição ao esporte brasileiro. Bah!

Agora vai.

Para saber mais:

Entrevista à revista Época

http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/01/feldman-volta-para-o-brasil-faz-pazes-com-alckmin-e-desiste-de-sair-do-psdb.html

 


Ricardo Teixeira: só mesmo rindo…
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José Cruz

Um dos depoimentos de Ricardo Teixeira na CPI da CBF Nike, na Câmara dos Deputados, em 2001, demonstra como ele usava o seu então restaurante, El Turfe, para emitir notas fiscais que eram pagas pela CBF.

Mesmo diante de dados oficiais fornecidos pela Receita Federal, decorrente da quebra de sigilos fiscais, Ricardo Teixeira duvidou das informações. Fez um esforço enorme para explicar os rolos na CBF, que vêm do século passado… Em vão.

Páginas 39/40 do relatório da CPI da CBF Nike:

“Num evento, em 7 de fevereiro de 1996, durante o lançamento do Instituto de Assistência ao Futebol Brasileiro – IAFB, no restaurante El Turfe (propriedade de Ricardo Teixeira), a CBF gastou R$ 32.480,00.

Para se ter uma idéia, foram cobrados 1.300 litros de chope e 1.750 porções diversas (frango ao champanhe , filé ao champignon, dentre outras) além de 360 refrigerantes; 80 doses de uísque oito anos e três champanhes Dom Perignon (R$ 300,00 cada). Ao que parece, foi uma festa para um público muito exigente.

Na audiência pública de 14 de abril de 2001, Ricardo Teixeira procurou explicar como são esses negócios da CBF com o restaurante El Turf. Produziu-se, então, como em muitos momentos, uma situação que beirou o ridículo.

 Colocado diante de fatos comprovados (dados da Receita Federal), o grande empresário usou argumentos tão frágeis que, não fosse o plenário de uma CPI, a platéia cairia na gargalhada:

Deputado Dr. Rosinha: O Senhor disse que o El Turf tem um movimento bastante grande. No dia 5/5/1998 o El Turf emitiu duas notas fiscais para a CBF, as de números 768 e 769. Podem ter sido dois eventos. Mas no dia 4/10/1998, quatro meses depois, a nota fiscal é de 770. Nesse intervalo não foi emitida nota fiscal nenhuma?

Ricardo Teixeira: Excelência, podem ser… Essa nota fiscal é de eventos. As outras notas fiscais… hoje em dia, no Rio Rio de Janeiro, a maioria das empresas têm um caixa por exigência do ICM, eu não sei, em que você recebe… eu não sei explicar…

Deputado Dr. Rosinha: Então tá.

Ricardo Teixeira: O deputado sabe como é…

Deputado Dr. Rosinha: Então, eu acho que o El Turf está tendo poucos eventos só está tendo eventos da CBF.

Ricardo Teixeira: Excelência, esse dado não é verdade. Quer dizer, não é…

Deputado Dr. Rosinha: é a Receita Federal que está nos fornecendo esse dado!!!

Ricardo Teixeira: A Receita? Eu vou lhe enviar o faturamento do El Turf, que ele é bem superior a isso. É mais de 200 mil reais por mês. Eu faço questão absoluta de lhe enviar, porque eu não tenho esses dados, até porque não faziam parte da documentação que eu toruxe, mas eu vou lhe enviar o faturamento anual do El Turf a partir da criação até a data de hoje.

  1. RT, muito esforço, só esforço

 


O saque legal, mas imoral.
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José Cruz

O companheiro Leandro Colon, da Folha.com, informa que o locutor Galvão Bueno conseguiu aprovar no Ministério do Esporte projeto de R$ 2 milhões para sua escola de formação de pilotos de automobilismo.

Na prática, não há ilegalidade no ato. Preenchidos os requisitos, a Lei de Incentivo ao Esporte permite esse tipo de projeto.

Agora, é de uma imoralidade sem igual, e com o aval do governo.

No mesmo momento em que o Palácio do Planalto faz cortes no orçamento federal – nas áreas da Saúde e Educação!!! – permite que o dinheiro público financie a formação de pilotos de uma modalidade elitista e de público reconhecidamente com altíssimo poder de consumo.

Já escrevi muito sobre isso e vou resumir: a Lei de Incentivo ao Esporte, na forma como foi aprovada e está sendo executada, é o maior assalto ao bolso do contribuinte brasileiro.

O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais para “incentivar o esporte”. No entanto, o dinheiro vai para poderosíssimas organizações, como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo F.C, Atlético-MG, Santos e tantos outros.

Os clubes usam o dinheiro nas suas escolinhas de futebol. E, depois de revelarem craques os vende para o exterior. A grana, claro, vai para o bolso do empresário e para o enriquecimento do patrimônio do “clube formador”. O Estado é ressarcido? Nada disso! Foi tudo “incentivo…”

Vergonha

Há três ou quatro anos tivemos a Federação Paulista de Hipismo aprovou R$ 6,5 milhões para “formação de novos atletas”.

Curioso, fui pesquisar o assunto e tive a surpresa:  o público  a ser atendido no tal projeto era ZERO!!!

Insisti na pesquisa e fiquei sabendo que o dinheiro se destinou para o milionário evento “Athina Onasis Horse Show”, que anualmente se realiza no Brasil.

Ou seja, o dinheiro de incentivo ao esporte, à formação de novos talentos no hipismo serviu, entre outras farras, para pagar parte de um espetáculo que envolve uma bilionária, Athina Onassis. E há outros projetos do gênero em análise no Ministério do Esporte. Cuidado, porque o proponente é experiente…

Urgente

O ministro Aldo Rebelo, que tem se mostrado eficiente no controle do dinheiro público ao longo de sua carreira política, tem a obrigação de mandar revisar a Lei de Incentivo ao Esporte e fixar prioridades na sua destinação. Essa obrigação, Ministro Aldo, está no artigo 217 da Constituição Federal. O Senhor tem base constitucional para tomar a medida. “O dinheiro público destinado ao esporte deve ser aplicado, prioritariamente, no desporto escolar”. No entando estamos aplicando no lazer, na diversão, na festa, no empreendimento rentável.

O ingresso dos clubes de futebol no texto da lei ocorreu na madrugada, nos acordos de plenário no momento da votação do projeto. O apelo do futebol sufoca as demais modalidades, e está aí o Estado – via contribuinte – financiando uma atividade profissional altamente rentável e suspeita nas transições milionárias que realiza.

Enquanto o ministro Aldo Rebelo não tomar essa decisão que o ex-ministro Orlando Silva não teve coragem, continuaremos a ser saqueados de forma vergonhosa. Pior: um saque legal, porque é de lei, mas em detrimento de projetos esportivos que contribuam, antes de tudo, para a formação do caráter dos nossos jovens.

 


E se existisse…
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José Cruz

O leitor Evaristo Costa, de São Paulo, capital, enviou comentário sobre a reportagem da fundista Simone, publicada na Runner´s e que repercuti.

Como tem boa argumentação, achei oportuno publicar com destaque, pois contribui para melhor entendermos o momento do nosso esporte olímpico.

Aí vai o texto de Evaristo:

Na sexta parte da matéria sobre doping (Tempos difíceis), Simone relata que após o vice-campeonato da São Silvestre de 2010 recebera uma proposta para turbinar ilegalmente os resultados:

“Médico famoso, de atleta de triatlo, me ligou e disse: ‘Você ficou a 15 segundos da vitória. Podemos tirar isso aí’.”

Ainda na sexta parte da matéria, Simone conta que, quando começou a despontar para o atletismo, dispunha de uma “dieta balanceada” como relata abaixo:

“Cheguei a comer minhoca por uma semana, porque não tinha mais mistura em casa. Pegava e fritava”, diz, com os olhos cheios d’água. Às vezes, faltava força para chegar aos treinos ministrados na USP (Universidade de São Paulo). “Desmaiava porque só tomava chá. Tive anemia profunda.”

Perguntas:

– Se existisse no Brasil um Centro de Excelência aos moldes do IAE (Instituto Australiano do Esporte) e fosse encaminhada para lá – ainda jovem – quando começou a ter resultados mais expressivos, Simone teria utilizado a Eritropoietina para melhorar os 15 segundos de distância que a separavam da vencedora da São Silvestre de 2010, como propôs o famoso médico de atleta de triatlo ?

– Se existisse no Brasil um Centro de Excelência aos moldes do IAE que conta com uma infra-estrutura composta com espaço para moradia e alimentação, Simone precisaria “balancear sua dieta” com minhocas fritas e chá, no início de sua carreira ?

– A construção do parque olímpico que abrigará os Jogos de 2016 é mais importante do que dotar nosso país com uma infra-estrutura no mínimo similar a do Instituto Australiano do Esporte ? Para onde atletas com potencial poderiam ser encaminhados para que tivessem toda logística necessária e a fim de serem lapidados para futuros Jogos Olímpicos e outras grandes competições internacionais.

– Ou a priorização de verbas para a construção do parque olímpico de 2016 em detrimento a instalação de locais para o aperfeiçoamento de nossos atletas expoentes faz parte da estratégia da nossa política esportiva tão decantada pelas autoridades do Ministério do Esporte e do COB?

Caro Leitor

O Brasil fez opção inversa: primeiro o megaevento, as grandes construções; os gastos bilionário. Depois o humano, a formação do atleta. E isso contraria, inclusive, a Constituição Federal que em seu artigo 217, referindo-se às verbas públicas para o esporte, diz que devem ser direcionadas, prioritariamente, para o esporte escolar. Não temos isso.

Além disso, o Pan Rio 2007 continua sendo exemplo triste – mas sempre oportuno: a estrutura física está lá, intocável por longos períodos,  inutilizada em alguns casos, porque nem para o treinamento de equipes foi aproveitada. Vieram “grandes eventos”, as “grandes competições” como anunciaram? Nada!

E mesmo diante desse evidente desperdício e falta de planejamento a longo prazo para o “legado”, teremos os Jogos Olímpicos 2016. Algo como se fôssemos especialistas em gastos bilionários.


Atletismo: brasileiro bate recorde sem apoio oficial
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José Cruz

Viajando com passagem cedida das milhagens da noiva e competindo com material alugado dos adversários, Renato Átila Souza da Câmara bateu neste final de semana o Recorde Brasileiro do Heptatlo, em Praga – República Checa, com a marca de 5.753 pontos.

Renato superou a marca que completaria 29 anos, de 5.679, obtida por Paulo Lima em 14 e 15 de fevereiro de 1983, em Dortmund-Alemanha.

Veja a notícia completa no blog de Alberto Murray Neto