Blog do José Cruz

Copa 2014: TCU faz novo alerta sobre atrasos

José Cruz

Até dezembro de 2011, apenas quatro cidades-sedes da Copa 2014 não tinham contratado recursos do BNDES para a construção ou reforma de estádios: Distrito Federal, Porto Alegre, São Paulo e Paraná.

As outras oito sedes acertaram financiamento  de R$ 396,5 milhões.

Porém, desse total, apenas R$ 79,3 milhões foram liberados. Os valores são transferidos na medida em que os contratantes cumprem exigências do Banco.

Essas informações estão no mais recente relatório do Tribunal de Contas da União, de janeiro de 2012.

O documento completo está aqui.

Planejamento pífio         

O  planejamento para a Copa 2014 foi dividido em três ciclos, pelo Grupo Executivo – GE-Copa.

Posteriormente, as ações passam à matriz de responsabilidade, isto é, definindo as competências da União, dos Estados e municípios em termos de execução das obras e desembolso de valores.

O primeiro ciclo, em andamento, aos trancos e barrancos, envolve as obras dos estádios, mobilidade urbana, aeroportos e portos.

O segundo ciclo, cujo planejamento deveria ter sido apresentado em julho do ano passado, ainda está “em discussão”.

Nesse ciclo estão os projetos de Segurança, Infraestrutura turística, Telecomunicações,  Tecnologia e Informação, Energia, Saúde e Sustentabilidade ambiental.

Já o terceiro ciclo, cujas ações deveriam ter iniciado em 2011, com término previsto para 2013, ainda nem começou a ter os temas discutidos: Malha aérea, Operação aeroportuária e portuária, Transporte e mobilidade urbana, Fornecimento de energia, Saúde, Prevenção e pronto-socorro e Estruturas temporárias para a Copa.

E daí?

Daí que assim se manifestou o TCU, através de seu ministro-relator, Valmir Campelo:

A matriz de responsabilidades, instrumento indispensável ao conhecimento dos cronogramas críticos do evento foi criada para dimensionar e consolidar as previsões de gastos nas três esferas de governo e possibilita a visão geral das fontes de financiamentos utilizadas na execução de todos os projetos para os jogos.''

Atenção… alerta!!!

Segundo Valmir Campelo, ''a não contemplação de todos os gastos em um único documento representa riscos para a realização bem sucedida do evento. Por essas razões, mediante o Acórdão 1592/2011, o Tribunal alertou o Ministério do Esorte que essa situação põe em xeque  o necessário dimensionamento das medidas faltantes para a viabilização da Copa”.

Memória

Lembro a recente entrada no Brasil de um jornalista alemão. No aeroporto de Guarulhos foi direto comprar um chip para o seu laptop. Não conseguiu, só com CPF …  Ou seja, chips só para brasileiros. A imprensa estrangeira que se lixe.

Essa é uma das questões do segundo ciclo (Telecomunicações), mas os assuntos continuam no papel, a um ano e quatro meses da Copa das Confederações e a 848 dias da abertura da Copa.

Atualização

A situação e tão séria que até o relatório do Tribunal de Contas da União continua publicando a foto antiga do estádio Mané Garrincha, em Brasília. O projeto foi totalmente alterado há três anos…

E no relato do TCU não há qualquer referência sobre o acréscimo de R$ 150 milhões no projeto do estádio no Distrito Federal, referente à licitação para a cobertura do estádio, jogando o preço da obra para R$ 895 milhões. E ainda falta orçar o gramado, cadeiras, iluminação…

Para saber mais:

http://www.copa2014.gov.br/sobre-a-copa/ciclos-de-planejamento